sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Gestão Governamental: o caso da Hemobrás


Este texto representa a tentativa de elaboração de um Plano de Desenvolvimento Institucional para a estatal Hemobrás. Os dados referidos são valores aproximados.

O Plano de Desenvolvimento Institucional representa ferramenta fundamental para as empresas definirem seus valores e objetivos na sociedade em que estão inseridas. No caso da Hemobrás, a relação empresa-sociedade apresenta um condicionante extra, visto que se relaciona com a promoção de saúde dos indivíduos.


Dessa forma, o foco no atendimento de qualidade ao cidadão deverá estar tanto nos objetivos e metas quanto na própria missão da empresa – de acordo com a própria Emenda Constitucional número 19. A Hemobrás encontra-se em fase de estruturação e enfrenta diversos desafios, internos e externos. Por exemplo, depende de doações de sangue para a produção de medicamentos hemoderivados. Ademais, a empresa não conhece o mercado. Por outro lado, conta com transferência de tecnologia de uma empresa francesa, somada ao apoio governamental para desenvolver-se.


Em seu ambiente interno, a Hemobrás apresenta pontos fracos e fortes. Dentre suas vantagens, pode-se apontar o caráter estatal, contando com o apoio do Ministério da Saúde para executar suas atividades. Por outro lado, a empresa também possui vulnerabilidades. Sua estrutura administrativa é apenas incipiente. Por enquanto, há poucos funcionários públicos contratados (85). Como a empresa ainda está em fase de implementação, poderá apresentar um período inicial de adaptação às dificuldades.


Em seu ambiente externo, a Hemobrás encontra oportunidades e ameaças. Dentre estas, impõe-se a debilidade administrativa do Sistema Único de Saúde (SUS), cujos pacientes a empresa atenderá. Esses usuários apresentam tradicional insatisfação com o Sistema, além de terem alto grau de demandas não-atendidas. Ademais, a empresa depende de doações de sangue da população para produzir os medicamentos hemoderivados, que são pouco freqüentes. A matéria-prima é relativamente escassa e exige rigorosos padrões de segurança em sua manipulação.


Não obstante, a Hemobrás também conta com oportunidades. Dispõe da transferência de tecnologia de uma empresa francesa, da qual também pode extrairmediante aprofundamento de uma parcerialições administrativas e experiências de mercado.


Dadas as condições internas e externas descritas, é possível estabelecer alguns objetivos e metas para a Hemobrás. Ela deve visar a um atendimento qualificado aos portadores de coagulopatias, por meio do uso eficaz e eficiente do recurso público. Deve objetivar a liderança de mercado. Como meta, deverá conseguir aumentar em 505 as doações de sangue após cinco anos, incentivando a solidariedade e a cidadania.


A fim de avaliar o cumprimento ou não de seus objetivos e metas, a Hemobrás poderá criar indicadores de desempenho. Os usuários deverão se consultados regularmente, por meio de pesquisas, acerca de seu grau de satisfação. A ideia é obter um feedback em relação à atividade desempenhada. A empresa, nesse sentido, também deverá criar uma Ouvidoria, no intuito de tomar conhecimento de problemas e encaminhar soluções. P acesso a este órgão deve se dar por carta, telefone ou meio digital, ampliando, sempre que possível, à facilidade de acesso.


Para fins de avaliação, o resultado da Hemobrás, em termos econômicos, deve demonstrar capacidade de atendimento crescente. Conforme estabelecido, em 2014 deve contemplar 30% da demanda nacional. Socialmente, a empresa deve ser transparente e responsável. O grau de satisfação dos usuários nunca deve ser menor do que 80%, procurando, na medida do possível, aumentá-lo.


Dadas as realidades e possibilidades da Hemobrás, sua missão deve ser proporcionar o fornecimento de hemoderivados de modo a garantir a satisfação e o atendimento de qualidade aos portadores de coagulopatias. Tendo em vista suas limitações, em 2014 a empresa deve ser vista como símbolo de cidadania e uso eficiente e eficaz do recurso público.


A Hemobrás apresenta desafios de consolidação e oportunidades. Esse Plano de Desenvolvimento Institucional procura tornar viável a realização da função social da empresa, consolidando-a com a marca de socialmente responsável.

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